Este estudo propõe, a partir de uma experiência pessoal com a tecnologia fotográfica, discutir a presença do espaço na imagem. A investigação é motivada pela hipótese da existência de diversos espaços na fotografia. A discussão se desdobra a partir do pensamento de Roland Barthes, referente aos múltiplos retratos na fotografia, que postula a capacidade do sujeito frente à objetiva de “metamorfosear-se imediatamente em imagem”, conforme aponta em seu livro A câmara clara, de 1980. Pretendo considerar espaços outros existentes na imagem, que sugerem movimento, mudança e efemeridade, deixando marcas borradas e tremidas. Esses espaços levam tanto o fotógrafo como o interator da imagem a uma espécie de transe, resultante dos elementos desfigurados e da atmosfera de sonho e devaneio promovida pela fotografia. A esse tipo de acontecimento denomino Espaços Transientes. O objetivo desse estudo é entender o impacto da presença desses Espaços Transientes na interação e consequentes processos de subjetivação percebidos na imagem como um todo, partindo do entendimento da sua construção e suas características como imagem; e considerando as muitas interpretações e a capacidade fabulativa dos envolvidos nessa experiência. A abordagem metodológica do estudo é exploratória, numa fusão de pesquisa teórica e prática. O trabalho prático auxilia o plano teórico do estudo e utiliza os elementos analisados para realizar processos de criação visual com a intenção de ampliar a compreensão do assunto proposto.
Palavras-chave: Fotografia, Imagem, Design, Espaço, Movimento.
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