Informações e memória
O bombardeamento de informação a que somos submetidos diariamente não se trata de uma novidade. Antes da internet, a televisão já nos inundava com imagens. Desde então, as imagens consideradas mais importantes, e também as mais chocantes, são repetidamente veiculadas por diversas mídias, fixando-se na nossa memória.
A memória está longe de ser um aparato mecânico capaz de gravar e recuperar informações e experiências. Ao contrário, trata-se de um terreno escorregadio e pantanoso de onde surgem, de forma aparentemente incontrolável, lembranças que julgávamos perdidas e de onde, muitas vezes, não conseguimos extrair uma informação importante que considerávamos acessível.
Se a memória é hoje reconhecida como esse campo de incertezas de onde nascem as fabulações, a questão não se encontra mais na garantia de estabilidade da memória e sua capacidade de fixação e recuperação de conteúdos, mas na relação com os fragmentos que dela se desprendem. Afinal, na memória convivem os momentos poéticos ou mágicos da intimidade, do mesmo modo que os grandes eventos de natureza pública. As narrativas trazidas pela memória são capazes de mudar o modo como vivemos, assim como a própria forma como compreendemos o mundo.
O Jogo da Memória em exposição na Galeria do C. C. Light
Especificações técnicas
A obra O Jogo da Memória é constituída por duas telas em acrílica e um vídeo em looping. o vídeo mostra o momento do acidente que levou à morte de Ayrton Senna em maio de 1994. As telas mostram fragmentos das imagens do acidente.
O Jogo da Memória esteve em exposição na grande galeria do Centro Cultural Light de 14 de novembro a 13 de dezembro de 2019 e foi produzida pelo Programa de Pós-Graduação em Design da Escola de Belas Artes – UFRJ. O Comitê de Seleção foi formado pelos professores Ana Mansur (UnB), Cardos Eduardo Felix da Costa (PUC-Rio) e Irene Peixoto (PPGD-UFRJ).