RESUMO: A coleção de Indumentária SM do Museu Histórico Nacional – MHN – pertenceu à Sophia Jobim (1904-1968): professora, figurinista, jornalista, pesquisadora e colecionadora de trajes, acessórios e histórias. Ela conseguiu amealhar livros, objetos peças de indumentária, em viagens pelo mundo, culminando com a inauguração do Museu de Indumentária Histórica e Antiguidades, em julho de 1960, em Santa Teresa (RJ). Por sua expertise nesse assunto, ela se tornou a primeira professora de Indumentária numa Universidade, no Brasil. Após sua morte, em 1968, sua coleção foi doada ao MHN.
Apresentamos recentes descobertas relacionadas aos percursos feitos por algumas peças de indumentária até a chegada ao “museu de Sophia”, como: a coleção Nenê Maia Monteiro e a coleção Simoens da Silva.
Nossa abordagem se aproxima de estudos similares daqueles que tratam acervos de indumentária/moda com o foco voltado para a biografia cultural de objetos, conforme: Rita Andrade (2008); Igor Kopytoff (2008); Lou Taylor, Amy de la Haye e Eleanor Thompson (2005).
A pesquisa se encontra em andamento, por isso são apresentados dados parciais sobre a coleção SM que, inevitavelmente, se confundem com a biografia da colecionadora. Essas peças, especificamente, são representativas para identificar Sophia Jobim como a indumentarista que foi. Analisando-as sabemos mais sobre os interesses dela.
No caso das peças ligadas a outros países, observamos o apreço da colecionadora pelos trajes etnográficos, que descrevem e representam culturas/etnias. Mas, as duas coleções apresentadas são iminentemente datadas no século XIX e ligadas a personalidades que transitaram pelos salões e bailes do Império brasileiro (primeiro e segundo). Esse segmento de indumentária histórica sintetiza boa parte da coleção SM que conta com 690 itens, em que 80% deles são sobre indumentária.
Todas as peças são acompanhadas de dossiês com algumas informações técnicas, como: materiais, dimensões, origens e nacionalidades. No entanto, nem sempre possuem as informações completas e estudá-las pelo viés da “biografia cultural” pode ajudar a revelar mais como nos casos citados, quando descobrimos a “certidão de nascimento”.

Palavras-chave: indumentária; acervo; coleção.